segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Mais Um Selinho Pro Romantic Girl!

Olá pessoas!!! Ganhei mais um selinho da Marla do blog "Louca Por Romances", da Kátia do blog "Romances Históricos Inesquecíveis" e da Haline, do "Blogs que Amamos". Obrigadaaa!!!



Esse selo tem regrinhas:


1- Dizer qual blog que te repassou o selinho: 
"Louca Por Romances", "Romances Históricos Inesquecíveis" e "Blogs que Amamos"


2- Dizer qual sua poesia predileta:
(É mais um texto, mas gosto muito dele. Pra quem não sabe, meu nome iria ser Milena. Daí quando li esse texto pela primeira vez o achei a minha cara... escrito pra mim, rs....)
 

Para teus olhos, Milene.

Sabes o que me tocou em tua carta, Milene?

Aquela parte em que, quase distraidamente, falas da parede de tijolos expostos do prédio do vizinho, que é a paisagem que contemplas do teu quarto de moça. Foi esse sombrio, limitado horizonte que me comoveu, tão diverso do riacho, das montanhas, do arvoredo que podias divisar cada manhã do perdido sítio que nasceste.

Pois que o resto tem remédio, Milene, o resto se resolve.

Sei bem que isso de trabalhar de dia e estudar à noite é exigente e cansativo, especialmente quando pensas, em meio a alguma aula mais chata, que o mundo deve estar cheio de pessoas agradavelmente reunidas pelos bares da vida.

Mas as faculdades felizmente não são eternas. Logo dirás adeus à tua e fruirás a liberdade de tuas noites e te chamarão doutora e ao ouvires como música esse título, o próprio vinho te parecerá mais inebriante.

Também não é nenhuma tragédia vestir eternamente gastos jeans, não porque são moda ou porque todo mundo usa, mas porque não tens dinheiro para comprar as calças fuseau que há séculos namoras numa vitrina, não tens como pagar as prestações da blusa matelassê que viste anunciada numa revista. Uma pessoa não é o que ela veste, Milene. Uma pessoa é a sua roupagem interior, que não se mede por griffes ou modelos.

E isso de frequentares a biblioteca aos sábados e domingos, em busca dos livros que prezas mas que não podes te presentear, te digo, Milene, é um programa infinitamente mais belo e inteligente do que o cinzento fim de semana sem idéias que milhares de pessoas bem postas na vida homiziam seu tédio.

Não deixes também que fira tua tenra sensibilidade a inconstância desse João — vamos chamá-lo assim — que te lançava uns olhares compridos, sonhadores, que te despertavam amor, e que agora, toda noite, vai buscar de moto não a ti, mas aquela tua colega que não usa óculos e que já foi tua melhor amiga. Se João não foi feito para ti, tanto pior para João. Não sofras por ele, Milene. Algum dia, te surgirá talvez um Carlos e não dará a menor para a espessura de tuas lentes e te raptará numa flamante Harley Davidson para que juntos percorram as rotas de paixão.

Tudo se resolve, Milene, tudo tem remédio.

Algum dia já doutora, comprarás teu aparelho de som e ouvirás todas as fitas e discos que hoje escutas, clandestina, nas cabines das lojas, para dizer ao final à vendedora impaciente que não gostasse de nenhum, que não era bem aquilo que estavas procurando.

Algum dia, já doutora, entrarás para a tua aula de jazz, ornarás teus braços de pulseiras, farás quem sabe aquela viagem ao Tahiti em busca da esquecida tela de Gauguim que imaginas estar escondida de museus, marchands, colecionadores, numa cabana à beira de uma fonte.


Basta esperar que tudo se resolve, Milene.

Em tudo se dá um jeito. Terás Doutora, todos os livros de teu afeto, todas as blusas em matelassê, todas as calças fuseau. E liberta, disponível, ainda terás por acréscimo o amor de algum Carlos, por infinitas noites sem outras aulas que as dos mistérios da entrega e posse.

Basta esperar que tudo se resolve, tudo tem remédio. Ou quase tudo. Pois comoveu-me aquilo da parede de tijolos em que falaste quase que distraídamente e que é hoje toda a paisagem do teu quarto de moça. Porque se pudesse te devolveria agora mesmo o riacho, as montanhas, o arvoredo do perdido sítio em que nasceste, todas aquelas coisas que foram feitas para teus olhos Milene, e que a cidade grande te roubou.

(CUNHA, Liberato Vieira da. A mulher de violeta. Porto Alegre: Tchê, 1990.p. 57-59)




3- Repassar para 15 blogs:


*- A Magia da Ternura
*- Um romance, Um sonho...
*** Suelen Mattos ***
http://lh6.ggpht.com/_2WNpNdgUeb0/TUTUNd_cnxI/AAAAAAAAAyM/ce90pMbLYvc/separador.gif

6 comentários :

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