Título Original: Return To Yesterday
Protagonistas: Craig Loring e Catlin Loring
Julia 256
Protagonistas: Craig Loring e Catlin Loring
Julia 256
Ela quis gritar e não pôde, quis bater nele e sentiu o corpo todo paralisado de dor… Craig, seu marido, estava na cama com outra mulher! Sufocou a angústia e saiu devagar, até que o desespero a fez correr. A cena havia acontecido há seis anos e, desde então, ela vivia sozinha na Austrália, se refazendo, construindo uma Catlin mais segura e feliz. Precisava apenas buscar o dinheiro que deixara na Nova Zelândia porque Craig, voluntarioso como sempre, exigia que ela fosse pessoalmente. Que exigisse! Levaria um susto ao reencontrá-la; ela é que iria exigir o divórcio. Sabia que o encontro forçado ocultava uma armadilha, mas sentia-se preparada para correr riscos. Até que o marido a apertou nos braços e impôs: "Você ainda é minha mulher, portanto…"
AVISO: Resenha com spoiler!
Falando sobre livros envolvendo traição num grupo do Facebook, me lembrei desse aqui que li há alguns anos
— Você me surpreende. Pensei que tivesse mais caráter. Quero apenas que se lembre de uma coisa, antes que ponhamos uma pedra sobre esse assunto. Naquela noite em que fizemos amor, você lutou como um diabinho, mas me desejou, Catlin, tanto quanto eu a desejei. Também teve culpa pelo que aconteceu, pois contribuiu, e muito, para que eu ficasse excitado.Segundo a lógica de Craig, Catlin pensou: "vou provocá-lo até ele me estuprar, porque aí terei uma desculpa para abandoná-lo". Céus, quando eu penso que já li de tudo! E é sério que ele disse "seria muito mais gostoso se pudesse lembrar com carinho do homem que a fez mulher" e que ainda falou que a culpa era dela? Uma menina de 17 anos que, até então, nunca tinha saído de casa? Nem pra escola ela foi, foi educada em casa. Ah, mas eu não perdoava esse homem era NUNCA! E sim, esse infeliz(mente) é o mocinho da história. Arrogante e metido a dono da razão. E, apesar dela torturá-lo com essa história de ter um amante e de dizer ter repulsa ao toque dele, a verdade é que Catlin ainda o ama e dá essa moral que ele não precisa, nem merece. Creio que a única coisa que me fez gostar desse livro na época que li foi a filha do mocinho, que ama a Catlin e é um amor, e o fato da mocinha não ser mais bobona e não aceitar humilhação da mãe, dos amigos e das amantes dele (no passado esse povo todo a humilhava publicamente e o mocinho não fazia nada. Nem ela.). Essa nova Catlin o deixa com ciúmes, um pouquiiiinho inseguro e muito irritado com a aparente frieza. É bom vê-la jogando um balde de água fria nele, como nessa cena no capítulo 2...
— Claro que lutei! Já esqueceu que estava furiosa? O que esperava? Que me tornasse a maior amiga daquela tal Belinda? (Em OFF: Belinda = amante) E você não me violentou porque queria fazer amor comigo! Queria apenas me humilhar, me subjugar.
— É verdade. Só que não imagina como gostei de possuí-la. Estava louco da vida, mas assim que a toquei, notei que correspondeu. Quando finalmente chegamos à cama, você ardia de desejo por mim. E é por isso que não suporta mais que eu me aproxime. Tem medo que seu corpo desminta o que diz.
— Você me machucou, Craig — ela ainda se queixou.
— Pode ser, estava fora de mim. Afinal de contas, tinha me casado com uma adolescente e não esperava encontrar um mulher quente e fogosa na minha cama. Mas mesmo que agisse com mais gentileza, eu a teria machucado da mesma maneira, Catlin. Você é do tipo que sofre quando faz amor pela primeira vez, e isso eu não poderia evitar. Garanto que não doeu da segunda vez, não foi? (...) Por que continua me acusando de algo que não tive culpa? — Ele continuou com frieza. — Sinto muito que sua primeira vez tenha sido uma decepção. Seria muito mais gostoso se pudesse lembrar com carinho do homem que a fez mulher. Mas, agora, depois de tantos amantes, essa primeira vez já faz parte de um passado distante, não é?
— Então quer dizer que sou a única culpada? Provavelmente acha que eu não devia ter ficado furiosa por vê-lo nos braços daquela mulher, não devia ter brigado por causa disso, nem devia me aborrecer por ter sido violentada. Porque foi isso que fez, Craig! Talvez tenha ficado excitada, mas não queria fazer amor e você me forçou. Para mim, isso é estupro!
— Concordo e por isso já me desculpei. Não me orgulho do que aconteceu naquela noite. E agora que vi o que acontece quando simplesmente a toco, fico ainda mais aborrecido. Mas não sou o único culpado. Você deveria admitir que me levou a praticar aquele ato de loucura para ter uma desculpa e me abandonar depois.
— Sentiu falta de nós, quando foi embora?... ou nessa cena aqui, no capítulo 3:
— Senti, como se sente falta de um mau hábito.
— Nos odiava tanto assim?
— Não se odeia um mau hábito, Craig. Apenas se tem medo dele e se fica feliz quando ele é abandonado.
Quando o beijo terminou, ela estava pálida e trêmula, e, num gesto de desprezo, passou as costas da mão pelos lábios ainda úmidos.Mesmo assim, eu não o teria perdoado. As mulheres vivem se jogando em cima do cara, e ele não faz questão nenhuma de cortar as claras insinuações delas. Terminei o livro com zero confiança nesse mocinho e, mesmo dizendo que a amava no final, fiquei com a sensação de que era só questão de tempo até Craig trair Catlin novamente. Torci mesmo foi pra mocinha encontrar alguém melhor e deixar esse estuprador pra lá. Até a reconciliação deles foi quase um estupro de novo, credo! E ainda no mesmo lugar em que ela o pegou com a amante! Mesmo Catlin implorando que não suportava ficar naquele lugar, Craig fazia questão de transar com ela lá (e essa seria a reconciliação deles, a primeira vez depois do estupro) e teve a sua vontade feita de qualquer jeito, com direito a mocinha correndo pra fugir e ele colocando o pé pra ela tropeçar e levando-a (à força) no colo para dentro da odiosa casa. E a pamonha no final disse que o (primeiro) estupro não foi bem estupro, porque ele tinha razão, ela se excitou mesmo, e entendeu que as amantes dele eram só pra satisfazer uma necessidade física. Ah, para, colega! Me ajuda a te ajudar! Pior que isso, só a desculpa de Craig, de que a amou desde que a viu pela primeira vez e que só não dormiu com ela na noite de núpcias porque Catlin era uma menina e ele não podia dormir com uma menina. Mas, convenientemente, o filho do capeta esqueceu que acabou estuprando essa mesma menina. Quer dizer, ter um casamento normal com a mulher que ele amava não podia, mas estuprá-la estava tudo bem? Safaaado, cachooorro, cretiiiino, sem vergoooonha, crááápula!!! E a mocinha? Só pecou em uma coisa: em aceitá-lo de volta. Amadinha, você estava certíssima em fugir, se tornou um mulherão e merecia algo melhor. Bocó, se contentou com pouco! Aiii, que assim a minha pouca paciência não aguenta!
— Não me olhe assim, Catlin. Foi apenas um beijo, nada mais!
Catlin tremia, a boca seca, sem conseguir se controlar. Quando pôde falar, sua voz estava rouca, como se Craig tivesse tentado estrangulá-la.
— Vou embora. Preciso ir!
Craig segurou-a pelos ombros, mostrando uma expressão de horror .
— Não é possível! Foi isso o que fiz para você? Não suporta que um homem a toque?
Devagar, Catlin foi recuperando a coragem, e quis machucá-lo do mesmo jeito que ele a tinha machucado.
— Só acontece quando você me toca. Com outros homens não sinto nada disso.
Craig a soltou e foi de novo para junto da janela, parecendo muito abalado.
Ainda bem! É o que ele merece, Catlin disse a si mesma. Sabia que tinha atingido Craig num ponto vital, isto é, em seu orgulho de macho.
— Houve muitos outros homens? — ele perguntou, ainda de costas para ela.
Ela hesitou uns segundos, antes de mentir.
— O que acha? Quando fui embora, estava confusa e não tinha a menor confiança em mim mesma. Fiquei então com a idéia fixa de provar a você que eu era um ser humano digno. Entrei na faculdade tentando me convencer de que não era idiota. Dediquei longas horas de minha vida para aprender esportes e a ser uma dona-de-casa excelente. Precisava lhe mostrar que era capaz de ser uma mulher perfeita. E como você sempre gostou de mulheres experientes, tornei-me uma. — Ela riu, dando um tom ainda mais cínico à voz. — Felizmente, depois de algum tempo, recuperei o juízo e compreendi que nenhum homem valia tal sacrifício. Agora, sou muito mais exigente.
O silêncio que se seguiu foi pesado. Craig continuava de costas, olhando para o chão. (...) Craig virou-se, olhando-a fixamente.
— Tem um amante agora?
Ela hesitou, mas mentiu outra vez.
— Tenho, mas não acho que isso seja de sua conta.
Querem saber o mais curioso? Esse é um livro ruim (não se enganem, ele é ruim) que eu curti ler (e reler, falando nisso), vai entender, kkkkkkk. Xinguei o mocinho, me irritei com tudo o que aconteceu, mas estranhamente não me arrependo de ter lido. Acho que eu estava precisando de alguém pra despejar a minha TPM, só pode, kkk. Se eu recomendo? Ahhh, ainda não sei. Detesto qualquer livro envolvendo traição e estupro. Se eu fosse pegar esse livro pela primeira vez, hoje, provavelmente nem começaria a ler ao detectar a traição pela sinopse. E, se por acaso a curiosidade me levasse a ler mesmo assim, ao saber do estupro eu teria abandonado. É que quando o li eu ainda não abandonava uma leitura, por pior que fosse. Hoje em dia, não. A vida é curta demais (e minha lista de leitura é grande demais) pra perder tempo com livro ruim. Se quiser ler, leia por sua conta e risco. Você vai passar muita raiva com o mocinho, mas vai se apaixonar pela filha dele e até vai curtir cada momentinho em que a mocinha o atormentar (mesmo tendo durado pouco). E se já leu, conta aí o que achou!
Capa Original:
Eu li e fiquei horrorizada com a atitude dele. O herói é ESTUPRADOR e ponto final. Não é não!
ResponderExcluirExatamente. Ele merecia a prisão, não um final feliz. Só acho.
ExcluirOdeio livros que tem estupro! E geralmente odeio os mocinhos desses florzinhas! São todos brutamontes e ridículos. E a Robyn Donald ADORA esses ogros. Geralmente não passo nem perto. Mas parabéns pela resenha <3 Acho que vou ler só para falar mal também! rsrsrsrs..
ResponderExcluirBeijinhos!
Luciana
amantedodeserto.blogspot.com
Esse foi o único livro dela que li. E não pretendo ler outro não, sinceramente, kkkkk
ExcluirTem um que o mocinho chega a bater na mocinha.. Inferno em Teus Braços. Fiquei horrorizada!
Excluir:o Credo!!! Agora é que não leio mais nada dela mesmo. Tá doido!
ExcluirEita... rsrs foi engraçado saber que por causa de uma conversa nossa você fez a releitura deste livro, e no final criou esta resenha mara! Olha, com uns livros assim meus dedos coçam para escrever um contemporâneo estilo bancão, com separação e mulher que namora muuuuito até voltar com o bofe-insuportável-mocinho. SE voltar, né? Quem sabe eu inovo totalmente e boto o outro herói chegando só no finzinho, para ganhar troféu? Mas, cá para nós, traição em livro dá para perdoar, mas estupro, nunca.
ResponderExcluirMenina, hoje em dia fujo de livros assim. Não perdoo nem traição, quem dirá estupro!
ExcluirÓtima resenha!
ResponderExcluirSe quiser participar, estou sorteando um kit de acessórios lá no blog: http://www.cobaiaamiga.com/2018/08/sorteio-acessorios.html
:d
ExcluirOi Su,
ResponderExcluirChocada que a autora romantizou o estupro na cara de pau mesmo. NOJO.
Ainda mais louco é o título desse livro. O bom de reler é que a gente sabe do que não ter na estante mais, né?
P.S.: Sobre o livro Love is in the Air da Ler Editorial, é uma série de livros, com o mesmo nome e um país de subtítulo. Cada um foca em contos apimentadinhos que se passam em países diferentes. Acho que o do seu Kindle, deve ser o de Londres. Aquele que divulguei é lançamento,terceiro livro e se passa em Madrid.
até mais,
Nana - Canto Cultzíneo
Eu conferi aqui e tem razão: eu tenho os livros 1 e 2 (Londres e Paris). Claaaro que vou querer esse terceiro, hehe. Obrigada pela info! ♥
ExcluirOi Suelen, pode mandar esse livro pra mim? Xero.
ResponderExcluirhttps://www.facebook.com/escritoracasant/?modal=admin_todo_tour
Oi, Su!
ResponderExcluirA nossa percepção muda de acordo com a idade e a fase da vida na qual lemos né? Muitos livros que li com 15, 16 anos, não detectei nenhum fator que parecesse estranho, mas hoje vejo como certas relações eram abusivas e nem um pouco românticas, principalmente no que se trata de livros new adult e eróticos. Adorei a sua resenha, traição é algo que não aceito também e que me irrita logo que vejo nos livros.
xx Carol
http://caverna-literaria.blogspot.com
Disse tudo. Muda mesmo. Muitos livros que releio hoje não sinto o mesmo de quando li a primeira vez.
ExcluirOi Su! Tema polemico, estou lendo um livro que também aborda estupro, mas acho que vai rolar punição e não perdão.Bateu aquela saudade desta coleção quando vi a capa, eu adorava ler Sabrina/Julia e Bianca. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
Tem que rolar punição mesmo, pq uma coisa dessas não tem desculpa nem perdão!
ExcluirOie Su =)
ResponderExcluirDefinitivamente eu não ai conseguir ler um livro que o estupro invés de ser punido é considerado normal. São justamente livros assim que acabam passando a imagem que não tem problema a mulher sofrer abuso se no final o cara vira um príncipe encantado.
Estou perplexa com esse livro e sua resenha. Gente como uma autora consegue escrever algo assim e chamar de romance!?
Beijos;***
Ane Reis | Blog My Dear Library.
Né?! E nem príncipe ele vira não. O cara é o que é. As trevas!
Excluirsuuuu eu também ja li esse livro e tive as mesmas reações, incrivel como a trama prendeu mesmo tendo um enredo tão controverso!
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com/
Não é? Prova de que a autora escreve bem (mesmo que esse livro não tenha sido um dos melhores). :j
ExcluirOi Su.
ResponderExcluirMenina que loucura de livro é esse? Eu li muitos e muitos livros de banca mas graças a Deus não li esse. Realmente com o passar dos anos nós vamos amadurecendo e vendo a vida e os livros que lemos de outra maneira. Não gosto de traição e estupro então nem pensar. Passo longe. Adorei sua resenha.
Bjus
www.docesletras.com.br
Esse aí foi um dos piores mesmo! Argh!
ExcluirAdorei sua resenha. Concordo om tudo e assino embaixo. Essa autora tem uma mania odiosa de romantizar o estupro em seus romances. Essa desgrama não faria parte da minha vida nunca mais. Só veria minha cara, se é que daria o ar da graça, na frente do juiz para assinar o divórcio. Odeio esse livro. Estupro é crime! Duas vezes então, nem se fala. Misógino e chauvinista esse Carig.
ResponderExcluirNé?! Esse foi o primeiro - e único - livro da autora que li. Já tinham me falado que alguns livros dela seguem essa linha aí. Pra mim não dá, não. G-zuiz!
ExcluirNunca gostei dessa autora.
ResponderExcluirEsse foi o primeiro e único livro da autora que li. Depois desse, não tive vontade de ler mais nenhum outro dela.
Excluir